sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

do jeito que te quis, nunca, nem um dia, vou querer mais. o que há dentro de mim é um vazio e eu já não tenho mais perspectivas utópicas, meu anseio político e revolucionário já adormeceu, minha vida se tornou numa apatia em que tudo está bem, que sempre há o lado bom das coisas ruins. meu coração aprendeu a ter tolerancia, e não sei até que ponto isso é bom. já me encerrei dentro de mim e seu olhar que antes tinha o poder, hoje já não me descerra mais. a catarse que é um sentimento essencial pra o movimento da roda dos mundos particulares, em mim já se tornou pó, já não existem mais lágrimas, não existe mais dor, os poemas já não fazem sentido, meus heróis onde estão? quem os matou? eu mesmo. com minha falta de vontade de lutar contra aquilo que me aniquila, com minha falta de utopia, com a carga de realidade que se instaurou nessas últimas décadas. os jovens envelheceram, os velhos são só lembranças do tempo em que mudavam o mundo, ou pior, são só o esquecimento.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

ela achou que passar o carnaval inteiro na posição horizontal, sem nada fazer a não ser, descansar e cansar um pouco, foi a melhor idéia de todos os tempos. numa cidade em que nada lembrava a época do oba oba, do alalaôôôôôô, a não ser o vazio e o silêncio de um lugar em que a tradição carnavalesca não é cultivada. quem poderia ter essa idéia tão fantabulosa? e o pote de ouro encontrado no último dia? maravilhamento. ela gosta da vida sim, apesar de não vive-la. vive?