segunda-feira, 31 de março de 2008

e eu aqui teimando em escrever. perdi o sono. na verdade ele nem chegou. ele não tem vindo. todas as noites, há algum tempo, tem sido assim. ele demora a chegar e vai-se embora antes que o dia amanheça...uma espécie de amante. é engraçado, o sono tem sido o meu único amante, e o pior é que ele nem me afaga direito, nem se achega com carinho, não me abraça, nem envolve. ele se achega em forma bruta, em forma de necessidade. em forma de cansaço. não me deixa aproveitar dele com todas as delícias que pode proporcionar quando vem de forma gostosa, quando vem suave, quando vem em forma de descanso.
tô com saudade de ser envolvida. a única coisa que me envolve é a lembrança e a saudade. e essas duas me apertam e me fazem perder o ar. quando a falta de ar se achega é por que meu amante não virá tão cedo. me decidi levantar e escrever. que é bom, pois afasta a falta de ar. escrevo mesmo que as palavras não sejam boas.

sábado, 29 de março de 2008

eu gosto muito de estar alheia à tudo isso.
china, dengue no rio, gaza, israel, bush e seus iraques, afeganistãos e sei lá mais o que. só acredito em filosofia de boteco. é, nessas que agente comenta, briga, esbraveja e no dia seguinte só se lembra, por causa da ressaca, pois essa, é física, não há como esquecer.
uma delícia ouvir, quando menos se espera: oi professora!! será que sou uma super star, pra ser gritada assim na rua? podem chegar, abraço a todos...coisa mais linda são os alunos. mesmo gritentos, provocativos, eu os amo todos, até os que não conheço. me preocupando com eles, estarei fazendo algo de fato. protestos, indignação...a mão na massa mesmo, ninguém põe. e nem deve ser por mal não, é por que quem muito fala, nada faz. quem faz mesmo, se ocupa fazendo e não protestando. radical? talvez. mas nem...estou longe de qualquer radicalismo.
quem me conhece sabe, faço mil concessões.

quinta-feira, 27 de março de 2008

agora, só depois de dois anos estou dando meus passinhos de verdade. estou querendo mesmo e não me escondendo. sim, é de uma forma extremamente primária, mas de algum jeito teria de ser. tenho medo, muitos medos. tenho uma vontade imensa de ser verdadeira, competente, mas no início não tem como, isso virá, pois tenho consciência, virá com a experiência.
é muito gostoso sim dar aulas. com o tempo serei a professora que desejo. por enquanto, só projeto, ou melhor, mini projeto de uma.

domingo, 23 de março de 2008

hoje assim, feliz. com a beleza e calma de quem é feliz.
motivos? tenho um. intenso e sensível.
hoje tenho a calma de me fazer feliz e de gostar da minha própria vida.
hoje estou com a coluna ereta e o nariz empinado. puxando assunto, rindo e me divertindo com pessoas que nunca vi antes, com a falta da barreira que crio antes de abordá-las, como se eu fosse proibida de conhecê-las do nada, sem antes ser apresentada.
feliz sim.
páscoa hoje, será mesmo um momento de transição?
sim, tem sido a cada dia. e percebendo essas minhas falhas que me deixam feia, vou tentando me construir bonita. como especialmente hoje me sinto.

quinta-feira, 20 de março de 2008

azedume, esse é meu nome hoje. eu gosto de ouvir palavras de conforto, mas pra que servem? as palavras não ficam gravadas. direções? trava. quantas palavras bobas. ainda bem que isso é só meu, ou quase só meu. no início queria que fosse impessoal. pretensões de escritora mesmo, mesmo que sem nenhum talento. mas aos poucos mesmo sem querer a coisa para a ser pessoal demais, daí se apaga algumas coisinhas, deixa-se guardadas algumas como rascunhos e quando se dá conta, tá a vida aí toda escancarada. como se fosse mesmo um diário.

quarta-feira, 19 de março de 2008

hoje eu queria escrever algo bonito e tocante, emocionante. mas não consigo. nem sei se especialmente hoje, estou sentindo coisas tão emocionantes. meu desejo era sentir, pois a data 19/03, traduz o que de mais bonito e intenso aconteceu na minha vida. nada que eu imaginasse durar tanto tempo. nada que eu imaginasse se tornar tão significativo pra mim. nada que eu imaginasse me fazer tão feliz e me fizesse sofrer tanto também. depois dessa experiência, fica difícil chegar a uma outra no mesmo nível. parece que tudo é meio desbotado. as conversas não teriam o mesmo sabor. os pensamentos não bateriam tanto. o dia de hoje é como um aniversário pra mim. tem a mesma relevancia...gosto muito de aniversário. ai. queria escrever um texto grande. me falta transpiração.

terça-feira, 11 de março de 2008

insubstâncias

a menina de saia rodada não sabia o que queria ser quando crescesse e assim dizia às vezes: quando crescer, serei eu mesma. ela nunca soube que se ser é impossível. nunca se é, sem ser um pouco dos outros. ela escrevia nua em seu quarto e queria junto à sua pele, uma outra. pele e pelancas. pele e palavras moles. pele e olhares de amor. pele e bocas tortas. pele e um dedo que trabalha. pele pele pele.
-quer saber?
-não, não quero.
-mas por que você nunca quer ouvir o que quero dizer?
-então diz...
-não quero mais.
-então tá, é bom que você me poupa de frases feitas e pensamentos ultrafilosóficos.
levantou a cabeça, olhando com meio olho, virou-se deitando a cabeça novamente e deixou-se dormir um sono petrificado, sem ruídos.
e em meio à seus pensamentos ultrafilosóficos, também sem ruídos, imergiu num sono que há muito não experimentava.