sábado, 30 de abril de 2011

Merde a l'amour

Que amor?
Que amor?
Amor não tem.
Não o amor romântico.
Tem o amor do sexo, da presença, da justificativa.
Não sei dizer te amo. Não sinto que sentirei isso de novo. Não sei se um dia senti.
Como eu queria me contentar com a barriga cheia e a saúde...
Merde a l'amour.


quarta-feira, 13 de abril de 2011

"...e de repente volta, cansada, esperada, desapropriada, fúria amansada, descansa."
precisando me controlar. manter o foco. nada de retroceder. vamos, vamos, vamos sempre. necessidade de não cair. necessidade de me manter. necessidade de não sofrer. não. a vida é muito mais. não posso. não posso. odeio sofrimento besta. odeio perder tempo com sofrimentos supérfluos. não quero, não quero.
pronto, desabafei.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Peso.


Tentando introjetar o "que seja doce" do caio fernando abreu, mas tá difícil...
Queria saber se um dia essa tristeza passa...passa, claro que passa.
Fica difícil reviver os caminhos poucas vezes percorridos e de forma intensa.
Tudo parece bem maior do que talvez seja. Tudo dói mais forte, tudo se apequena demais - cabeça, coração. Choro. Convulsionante, copioso.
Duro é cumprir com as obrigações com a cabeça tão pesada de não ter.
Não ter.
Ter o que? Não sei.
A tristeza, às vezes pode ser doce.
Falta razões. Explicações, entendimento.
Todas as coisas que estão na minha mão, não estão. E espero que assim seja. Não quero mais ter, só quero sentir. Dentro. Bem dentro. Livre.
Hoje não foi feliz voltar de Artur Alvim, como é todas as quartas.
Hoje foi apertado, sozinho, choroso. Casulado.
Mas sensações são as melhores coisas que podemos sentir. Boas, más...sensações...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Efêmera.

Pois bem, no caminho do Jardim Peri para casa pensei em colocar o nome desse post de João Paulo Lemos.

Tive muita vontade de escrever algo bem bonito, como sempre desejo, mas na minha cabeça nada conseguia se formar (como sempre também), a não
ser um pensamento: isso é uma coisa errada.
Pensei em mandar o mundo se ferrar e xingar todas as pessoas do mundo que sofrem e fazem sofrer sem sentido.

Agora, me veio essa palavra: Efêmera. A vida é efêmera. A vida não nos alcança e não a alcançamos. Não existe certo e errado, se acontece tanta coisa fora da ordem. E o que é certo e o que é errado? Esse mundo é errado, todo errado. Diante do que aconteceu hoje, agora penso que existem pessoas que não são mesmo pra esse mundo. Uns vão de forma "consciente" de que não aguentam mais, já outros vão assim...sem tempo pra despedidas, sem tempo pra compartilhar...

São Paulo, essa cidade que todos julgam desumana e tal tal, me trouxe muitas coisas boas, já cansei de falar isso por aqui.

E pasmem, coisas incríveis, que parecem que sempre foram minhas, vieram por meio do trabalho. Já me perdido assunto principal do texto, sim, mas vamos tentar voltar.

O fato é que existem pessoas - olha o clichê - que parecem fazer parte de nossa vida, já a vida inteira. Foi o que aconteceu com o corpo docente do qual faço parte no colégio Salesiano. Trabalhamos em três unidades e quase nunca nos vemos. Mas o amor que sentimos entre nós, é algo sem explicação. Amor mesmo, no sentido mais verdadeiro que possa existir, sem cobranças, só o gostar muito, sentir saudade e se identificar mesmo, de graça, sem motivo.
Bem, o nosso corpo docente hoje, está sem uma parte. O João se foi, assim, leve como deve ter vivido por toda sua curtíssima existência, sem amarras, sem despedidas. Repito, acho que ele não suportou esse mundo, inconscientemente, pois pelo pouco que convivi com ele, posso dizer que o que ele mais amava era estar aqui, vivendo, convivendo, viajando, se doando. Vou sentir saudade, querido, da conversa longa que não tivemos, da balada que não combinamos no quintal da sua casa (João morava com estilo, no baixo Augusta), da cerveja que não tomamos, das reuniões pedagógicas nas quais não trocamos nossas angústias e superações.

A Silvana (a coordenadora do nosso corpo docente) comentou certa vez que existem colegas de profissão que se tornam verdadeiros amigos. Não tivemos tempo para isso, mas tenho certeza absoluta que aconteceria.

Vai em paz, amigo.
Tentaremos ficar bem com a sua ausência, tentaremos pegar um pouquinho da sua leveza que tivemos o prazer de experimentar.
Nós todos te amamos muito.