domingo, 27 de janeiro de 2013

Espera

Diante de tantas coisas que vejo e ouço, faço-me as seguintes perguntas: Só tem valor nessa vida quem tem um alguém? Quem está apaixonadx? Quem tem namoradx?
Para mostrar ou fazer com que as pessoas que a sua vida é boa, você tem que ter alguém para chamar de seu?
Eu acredito que sim, é possível ser feliz sozinho. Não vou cair na hipocrisia de dizer que eu não quero um namorado, que não quero me casar e coisa e tal. Mas que tal fazer outras cosias e não se preocupar tanto com isso enquanto o prometido não chega?
Há três anos meu último relacionamento teve fim e desde então não tive nenhum outro, só umas borboleteadas. Nunca parei para me perguntar o porquê disso, por que as relações não se consolidam, simplesmente vou vivendo os meus dias e fazendo as minhas coisas, como por exemplo viajar. 
O prazer da viagem é bem parecido com o do namoro, mas em vez de namorar uma pessoa, a gente namora lugares.
Assim, como esse blog é a minha gavetinha, desabafo aqui, pois ninguém tem a obrigação de ler. Vem se quiser. Acho importante fazer essas pequenas observações e relê-las depois.
Existem sabores e dessabores de não se ter alguém para dormir de conchinha, mas não posso me lamentar, cada qual com o seu cada um.
Também não julgo quem tem a necessidade de sempre estar apaixonadx, as pessoas têm a liberdade para ser e fazer o que os façam mais felizes.
Espero o mesmo, quem não pensem que minha vida parou só porque não tenho alguém.
Faz um tempo adotei um hábito de uma amiga, que por sinal é muito libertador: a leveza de se dizer assim, FODA-SE.
Um beijo no ombro.

Dentro em breve, voltaremos com a nossa programação normal.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Dia 2

O dia 2 foi o dia de chegar a Calama e de lá partir para San Pedro de Atacama.
Quando acordei no ônibus me assustei com a paisagem. Um azul tão azul que nunca havia visto igual, cheguei a ficar sem ar. Impressionada e feliz pois isso era só o começo.

As coisas no Chile, são muito caras, um simples almoço, que não dá para alimentar uma pessoa mais faminta não sai por menos de R$15,00, mas pra esse preço tem que se pesquisar muito. 
Disse isso pois assim que chegamos, fomos a um mercado comprar comida. Ficamos o tempo todo em Hostals, onde podíamos cozinhar e assim economizar. Em San Pedro, como tudo é muito mais caro, por conta de ser uma cidade turística, fizemos as compras em Calama mesmo.
No mercado, compramos uma cerveja, uma das mais famosas de lá, a Cristal, com i e muito mais gostosa do que a daqui. Eu tava desejando abri-la, mas alguma coisa me dizia que não poderia, a Bia pegou da minha mão e abriu e eu: e se não puder? e se formos presas por beber no mercado? e se? e se? 
A Bia só disse: relaxa, nenê...
Pois bem, o guardinha do mercado me olhou e fazendo um sinal de que estava bebendo alguma coisa, lançou uma negativa, mais tarde descobrimos que não se pode beber na rua e em locais públicos no Chile, só nos bares e sentado nas cadeiras. Mas dessa nos livramos. Não fomos presas e nem tivemos que pagar a tal multa de 40.000 pesos chilenos.
Voltamos para a rodoviária de táxi, estávamos com muitas malas e o horário contado.
No Chile temos muitos ursos pela cidade, os peros. Eles são tão grandes, lindos e bem cuidados que dá vontade de levar para casa.
Depois dos carinhos no cachorrito, embarcamos para nosso destino final, San Pedro de Atacama.
Nessa uma hora e meia mais ou menos só quis dormir para tentar conter um pouco a ansiedade.
Chegamos lá ainda era dia, pois só escurece completamente as 22h00. Um sol de rachar, como já havíamos pesquisado.
Ao fundo, aquilo que se tornou o amor da minha vida inteira, vulcão Licancabur.
Demos uma volta na cidade, que praticamente só tem uma rua e fomos para casa preparar nosso jantar e dormir para o primeiro de dia de Deserto do Atacama.

Dia 1

Sei que é bem chato esse lance de dia 1, dia 2 e tudo o mais, mas é que eu pretendo escrever uma série dos meus dias de viagem ao Chile e saboreá-los a todos e a cada um.
Nunca fiz isso, e confesso que fiquei morrendo de preguiça com a ideia, mas será um bom exercício de lembrança.
Dos preparativos nem se fala, essa viagem vinha sendo germinada a cinco corações. Primeiro uma pulou fora, depois eu senti que o projeto era muito audacioso e poderia não dar certo. Depois não se falou mais nisso, cogitou-se outras viagens e assim, o desejo ficou guardado até meados de novembro, quando eu disse: vamos? E recebi um: VAMOS!! Refeito os outros convites as respostas foram negativas, por diversos motivos, que me cabe julgar.
Pois bem, minha mãe não gosta que eu faça viagens, ela acha um desperdício de tempo e dinheiro, então contar pra ela que eu ficaria 12 dias fora não era tão convidativo, resolvido essa situação, chegou o grande dia!
Embarquei no dia 03 de Janeiro, em um companhia área que sentia duvidosa. Enganei-me para minha alegria, comissários super atenciosos e um que tinha a cara de um personagem de filme cult argentino. Lindo, charmoso, atencioso, olhar penetrante. Claro que eu vi isso tudo sozinha e ele nem sequer notou minha existência.
Depois de algumas poucas horas, chego à parte mais esperada do voo: a Cordilheira dos Andes. Certifiquei-me que viajaria do lado melhor para admirá-las e, claro, na janelinha.

Chorei, é óbvio! Linda, imponente, essa é a Cordilheira dos Andes.
Chegando a Santiago, corri para o Hostel para encontrar minha companheira de viagem, a Bianca, e partirmos para San Pedro de Atacama.
Embarcamos no Tur-bus que nos levaria a Calama, e depois teríamos de partir de lá para San Pedro.
Saindo de Santiago, tudo o que se via era aridez. Incrível como uma paisagem pode mudar dessa maneira em um mesmo país - digo isso, pois fomos à região dos lagos depois.
Árido, porém não menos lindo.
Várias montanhas que, por ignorância geográfica, não sei se pertencem à Cordilheira. Senti ali que seria muito difícil pregar o olho nessas 24 horas de viagem.


Ao longo da viagem, íamos deixando todo o ônibus louco, pois estávamos muito empolgadas e as pessoas do ônibus provavelmente só estavam fazendo um simples itinerário (não percebemos muitos turistas nesse ônibus).
Ao longo do caminho vimos muitas praias lindíssimas, quase desertas, pois parecia que o acesso era difícil, muitas pedras e quase nada de areia.
Embasbacadas, vimos um lindo por do sol, com todas as cores possíveis e imagináveis para tal.

Sim, depois disso dormimos. Porque ninguém é de ferro e nos próximos dias tínhamos muito a desbravar.