segunda-feira, 21 de novembro de 2011

sentia amor, e só.

amores terminam no escuro, sozinhos.

Ou se transformam tanto, que não conseguimos aguentar muitas vezes.
Desprendem-se tanto que o peso é inevitável. A busca, a busca. 
Entender que os amores mudariam e tomariam outras formas indefinidas era o maior mistério.
Tudo assim no futuro do pretérito. Era nesse tempo verbal que vivia agora. 

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Novembro de Inverno

Retoma-se a dor física de tempos atrás.
É algo que procuro, algo que sempre esteve à espreita. Poderia já ter-se ido. Mas não foi. É algo que busco, que sinto que ainda está lá, escondido em um profundo abismo.
A noite é de sexta, um dia de novembro nada primaveril. Um frio que passa por baixo da porta e faz tremer. Não deixa dormir sem duas cobertas, meias e pijamas compostos por calça e blusa de manga comprida.
Sim, novembro. Dia em que se comemora primaveras de pessoas queridas. Uma semana da pior perda em seis anos.
Novembro novamente frio depois de quatro dias a 42 graus externos.
Frio e que bom.
Junto com a dor buscada, também vem a física. Sente-se um repuxo por dentro da caixa toráxica, meio à esquerda. Lembra-se dos ataques fulminantes mas pensa que esses acontecem mais com frequência com o gênero oposto.
Sintomas da síndrome do pânico.
Não, não tenho essa porra. Não, não se tem essa porra.
A xícara em que deveria estar servindo o chá, está servindo a cerveja.
Não tenho pique para a vida lá fora. Bebo aqui, protegida.