sexta-feira, 13 de maio de 2011

Autoimagem

Liberdade. É isso o que busca.
Talvez sua autoimagem seja a de uma prisioneira perpétua com uma bola atada à perna.
A liberdade que não consegue achar em si, busca no outro.
Acha que convivendo com a liberdade, mesmo que a do outro, se sentirá livre também.
Não, nada se acha no outro, sobretudo liberdade.
Não busca o outro. Não busca o padrão. Não o outro presente, sentido, ordens, telefonemas diários, satisfações.
Isso já teve, não quer nem tem tempo para isso.
Busca o compartilhamento de ideias e de corpo.
Sabe a ideia do prazer dos corpos? Corpo e toda história que ele traz consigo.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Porque alguma coisa mudou

Até quando, não se sabe.
Esse é um ser que não se vive na maioria das vezes e no dia em que decide, consegue se viver, esses dias são os mais doces.
Não sei se é uma coisa só minha. Mas não tenho a minha dimensão todos os dias. Penso, penso, penso muito. Em coisas, pessoas...mas a minha dimensão eu não tenho.
Hoje amanheceu diferente. Saí de casa ainda não tinha sol, mas já sentia a energia dele. É engraçado que a gente recebe bem a tristeza sem motivo, pois a justifica com o tal do vazio, mas e a felicidade sem motivo? Eu sempre fico meio boba, pensando porque é que ela tá lá, incrédula.
Talvez seja o doloroso processo do desapego. Mas como desapego, doloroso e felicidade podem conviver numa mesma pessoa, num mesmo período?
Sei que o cheiro do bem viver bate palma em frente à casa, e palma às vezes a gente não ouve, só quando é muito insistente.

domingo, 1 de maio de 2011

Estrangeiro II

Desde quando convivia com minha irmã, lá nos idos de nossa pré-adolescência e adolescência tenho esta característica.
Não sou eu quem me esforço para ser entendida, são as pessoas que precisam se esforçar para me entender.
Da mesma forma, eu entendo as coisas do mundo a minha volta de acordo com essa minha ótica meio distorcida, até autista. É fato que tenho dificuldade para fazer interpretações, minha falta de reflexão.
O fato é que as pessoas não alcançam a forma como me expresso, ou alcançam de forma distorcida.
Agora, já aos 30 anos, sei que já passei da fase - cronológica - de me resolver, mas as coisas precisam se encaixar em algum momento.
Era gostoso ter alguém que, sem você dizer nada ou dizer pouco, já te entendia...
Tenho saudade da época em que só com os olhares eu me fazia entender.
Estou a fazer a minha terapia.
Prometo me dedicar à escrita, ao vômito das sensações. É claro nem tudo será publicado, por mais que sejam poucos, essa gaveta virtual tem alguns leitores.
Alguém sempre acaba abrindo essa gaveta. Muitas vezes podem entender de modo errôneo, pois minhas palavras não são óbvias, são confusas, na mesma proporção que também é o meu ser.
Meu maior problema é me amar demais e não conseguir enxergar os meus defeitos. Pior ainda, é ver meus defeitos como qualidades de autenticidade.
Se la vie.