quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Ainda sem nome

Dez dias depois da queda, tudo está bem com ela. Voltou a trabalhar, mas assim meio pelo meio. 
Sente muitas dores, não físicas, mas que se tornam, como sempre. Os motivos são outros, mas são os mesmos. 
Uma espécie de lima passou por seus relacionamentos ultimamente. Amorosos ou não. Tenta, tenta e bate de frente. Sem resposta. Mas tenta. Resolveu se abrir, mas corre o risco de parecer uma idiota, como tantos que também julga. 
A vida por ali está um tanto bagunçada. Mas é só porque não está inteira. Falta uns pedaços que ela não se conforma viver sem. Mas não depende só dela. E quando dois não querem, não há um que dê jeito. 
Inclusive, em muitas partes, dois, três, quatro, quinze querem, e até mais. Como no velho clichê: a união faz a força. 
Não reclama. Está feliz. Mas ainda falta, sempre falta.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A falta que nos move

É aqui que a vida inteira (não) se faz. Longe do controle das mãos e do desejo. Falta de desejo.
Falta o desejo. Falta o objeto de desejo. E sempre assim. 
Sempre será? 
Esse desejo incontido de todo que não se faz. Essa dúvida inconstante e essa falta de interesse naquilo que se faz a sua frente. Assim, reduzido à quatro paredes bem divididas e vazias de sentido. 
Vazias de sentido. Música, bebida, corpo. Só, mudo, sem vontades. Vontades que se fazem e que se esfacelam. 
Como montá-la? Cadê o respiro? E a alegria? Alegria parece não rimar com sentido. Rima com vazio. 
O ano é novo, mas as angústias e os depósitos são todos antigos. Falta, dúvida, decepção. Um saco imenso de falta de vontade. Um saco imenso, que é só um saco no mau sentido.
As dores não têm mais a ver com pessoas, mas com a impossibilidade. A impossibilidade idiota que é a vida. A vida é uma impossibilidade idiota e vazia de sentido. 
Tem alguns pequenos cortes de alegria e de gozo. Apenas alguns cortes.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Viver é montar história

E com essa frase tão simples, mas nunca pensada, ela tenta destruir, montar, remontar e juntar todos os pedaços espatifados e tirados da sua pesada vida, para vivê-la mais plena.
O peso da existência a cobra, mas tentará se unir ao tempo, esse amigo que nem sempre é tão amigo assim, e montar sua vida, do jeito desejado, sem interferências, sem se deixar contaminar pela carga pesada que ela pensa ser o que pulsa dentro dela.
Assim começa o ano, com mais uma promessa de leveza. Será dessa vez?


leveza: palavra para 2012