quinta-feira, 29 de novembro de 2007

1.
qdo sentiu a dor profunda do esquecimento, seu corpo foi todo rasgado e a garganta entupida com um nó que não passava nem agulha.
2.
aquele era o fim de um começo, que nem começava a ser. só um desejo contido de conseguir desvencilhar-se das garras da dependência.
3.
e sumiu baixinho, no canto do sofá, depois daquele infeliz telefonema. as lágrimas rolaram e deixaram seus olhos cheios de beleza.
4.
e nada te dava chance. a chance que talvez teria, o medo arrancava-lhe das mãos.
5.
o medo, sempre o medo. só nào tinha medo de chorar. e também não teve medo de se entregar.
6.
coisas bizarras, duradouras e virtuais
desejos refreados, desejos estilhaçados.
há beleza na alegria?
conte a piada.
veja se tem poesia.
alhures [do provenç. aliors] adv. noutro lugar, noutra parte.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

existirmos - a que será que se destina.

nada tem sentido. não vê sentido. não sente. não vive. não sabe.
as paixões já não cabem, não sabem permanecer. já não. muitos
nãos. onde cabem as paixões? as paixões...
vontades claras. as palavras todas as palavras. eu amo tanto as palavras. pequenas, longas, gritantes silencicoisas. estou trabalhando muito pouco e isso não é nada bom para o meu escrever. trabalhar me oprime e quando me sinto oprimida, tenho vontade de escrever e nesses momentos essas palavras que amo tanto, saem, se jogam, escorrem pelas calçadas e pelas guias de sargeta. mas estou trabalhando tão pouco...e gosto tanto disso. não sei pegar no pesado. por isso não saio do lugar. já disse que a voz da cibelle é redentora? parece que se flutua. flutua, flutuar.
gosto das coisas. as pessoas são o que gostam. eu gosto do gosto pelas coisas e só. é fino gostar. é doce gostar.





é doce.
doce, por mais que goste mais de salgado.
as unhas vermelhas servem para disfarçar. é tudo uma questão de bem parecer. variações de unhas vermelhas. a cada pessoa cai de uma maneira, as unhas vermelhas. vários vermelhos, claros e escuros. vermelho biscate. palavras mal colocadas e infelizes. mas quiseram sair.

domingo, 18 de novembro de 2007

eu só quero um segundo teu
e um segundo meu
um instante de dois, sem mais, nem pra depois.



gosto de cibelle.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007


quem escolheu esse rosto para mim?

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

me diga:

quem escolheu esse rosto para mim?
essa é uma frase da ana cristina, a bela ana cristina cesar que nem conheço direito, mas adoro profundamente.
lendo coisinhas dela, cheguei a conclusão de que ela morreu de sensibilidade.
bem uma linda descoberta.
outra linda decoberta é cibelle cavalli.
gosto muito das mulheres artistas.
as mulheres são lindas.
eu sou uma.
mulher, não artista. sensível talvez.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

noite após noite você se introduz na obscuridade do sexo dela, você envereda quase sem saber por essa estrada cega. às vezes, você fica ali, você dorme ali, dentro dela, durante a noite inteira, para estar pronto se por acaso, graças a movimento involuntário da parte dela ou da tua, lhe viesse o desejo de tê-la de novo, de fartá-la mais uma vez e de gozar apenas o gozo como sempre cego de lágrimas.
assim, no entanto, você pôde viver esse amor do único jeito que lhe era possível, perdendo-o antes que ele acontecesse.
trechos de a doença da morte, marguerite duras.
amo, mais e daí, né?tô só assim, falando pro vento.qdo eu parar nem vento vai ter.é aí que a história se quebra, e qual a importancia disso tudo?a vida é efêmera. nada tem importancia. momentos. a vida vale por momentos.e qdo eu parar de tentar, o que vai sobrar? será que talvez momentos, pelo menos pantufescos? se eu parar de tentar é certo que não sobra mais nada...mas que importancia tudo isso?e se agente mastigasse a carne um do outro, que gosto?e se ninguém precisasse de ninguém para momentos.e se ninguém tivesse limites? e se...e se...e se o se não existisse?alguém consegue viver sem o se. alguém consegue ser sensível e ser pedra com o que é mais sensível a si. sensibilidade e sinceridade. coisas não existem.efemeridades. é só isso que existe.tenta-se tenta-se e pra que. é uma voz que nao se ouve. uma voz de sonho, pesadelo talvez. daqueles piores que vc está em apuros, mas sua voz não sai, sua expressao não vista.