É aqui que a vida inteira (não) se faz. Longe do controle das mãos e do desejo. Falta de desejo.
Falta o desejo. Falta o objeto de desejo. E sempre assim.
Sempre será?
Esse desejo incontido de todo que não se faz. Essa dúvida inconstante e essa falta de interesse naquilo que se faz a sua frente. Assim, reduzido à quatro paredes bem divididas e vazias de sentido.
Vazias de sentido. Música, bebida, corpo. Só, mudo, sem vontades. Vontades que se fazem e que se esfacelam.
Como montá-la? Cadê o respiro? E a alegria? Alegria parece não rimar com sentido. Rima com vazio.
O ano é novo, mas as angústias e os depósitos são todos antigos. Falta, dúvida, decepção. Um saco imenso de falta de vontade. Um saco imenso, que é só um saco no mau sentido.
As dores não têm mais a ver com pessoas, mas com a impossibilidade. A impossibilidade idiota que é a vida. A vida é uma impossibilidade idiota e vazia de sentido.
Tem alguns pequenos cortes de alegria e de gozo. Apenas alguns cortes.
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