segunda-feira, 4 de abril de 2011

Efêmera.

Pois bem, no caminho do Jardim Peri para casa pensei em colocar o nome desse post de João Paulo Lemos.

Tive muita vontade de escrever algo bem bonito, como sempre desejo, mas na minha cabeça nada conseguia se formar (como sempre também), a não
ser um pensamento: isso é uma coisa errada.
Pensei em mandar o mundo se ferrar e xingar todas as pessoas do mundo que sofrem e fazem sofrer sem sentido.

Agora, me veio essa palavra: Efêmera. A vida é efêmera. A vida não nos alcança e não a alcançamos. Não existe certo e errado, se acontece tanta coisa fora da ordem. E o que é certo e o que é errado? Esse mundo é errado, todo errado. Diante do que aconteceu hoje, agora penso que existem pessoas que não são mesmo pra esse mundo. Uns vão de forma "consciente" de que não aguentam mais, já outros vão assim...sem tempo pra despedidas, sem tempo pra compartilhar...

São Paulo, essa cidade que todos julgam desumana e tal tal, me trouxe muitas coisas boas, já cansei de falar isso por aqui.

E pasmem, coisas incríveis, que parecem que sempre foram minhas, vieram por meio do trabalho. Já me perdido assunto principal do texto, sim, mas vamos tentar voltar.

O fato é que existem pessoas - olha o clichê - que parecem fazer parte de nossa vida, já a vida inteira. Foi o que aconteceu com o corpo docente do qual faço parte no colégio Salesiano. Trabalhamos em três unidades e quase nunca nos vemos. Mas o amor que sentimos entre nós, é algo sem explicação. Amor mesmo, no sentido mais verdadeiro que possa existir, sem cobranças, só o gostar muito, sentir saudade e se identificar mesmo, de graça, sem motivo.
Bem, o nosso corpo docente hoje, está sem uma parte. O João se foi, assim, leve como deve ter vivido por toda sua curtíssima existência, sem amarras, sem despedidas. Repito, acho que ele não suportou esse mundo, inconscientemente, pois pelo pouco que convivi com ele, posso dizer que o que ele mais amava era estar aqui, vivendo, convivendo, viajando, se doando. Vou sentir saudade, querido, da conversa longa que não tivemos, da balada que não combinamos no quintal da sua casa (João morava com estilo, no baixo Augusta), da cerveja que não tomamos, das reuniões pedagógicas nas quais não trocamos nossas angústias e superações.

A Silvana (a coordenadora do nosso corpo docente) comentou certa vez que existem colegas de profissão que se tornam verdadeiros amigos. Não tivemos tempo para isso, mas tenho certeza absoluta que aconteceria.

Vai em paz, amigo.
Tentaremos ficar bem com a sua ausência, tentaremos pegar um pouquinho da sua leveza que tivemos o prazer de experimentar.
Nós todos te amamos muito.




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