Apaixonada.
Paixão inventada. Paixão controversa. Paixão inquietante.
Paixão torta. Paixão intensa. Paixão.
Paixão.
Paixão pela pessoa.
Paixão pela criatividade.
Paixão pelo sexo.
Paixão pelo riso junto a mim.
Paixão.
Paixão pelo cansaço.
Paixão pela voz gostosa, mas que você não gosta.
Paixão pela força.
Paixão pela imagem das crias.
Paixão pela vulnerabilidade não aparente.
Paixão pelo que há por trás da cara de mau.
Paixão pelo fato de que por trás da cara de mau há um ser bem simples.
Paixão até pelos equívocos de português, na era da pressa, dos corretores e dos smartphones.
Paixão pelas marcas.
Paixão pela cicatriz igual à minha.
Paixão pelas tardes a fio.
Paixão pelo chamado.
Paixão por me sentir novamente apaixonada depois de tanto tempo.
Paixão pelo ódio de estar apaixonada.
Paixão pela vontade de entrar ~ fisicamente ~ misturado às vísceras.
Paixão pela sensação de querer levar uma parte para estar comigo todos os dias.
Paixão pelo improvável.
Paixão pelo inesperado.
Paixão que sei inventada.
A nossa paixão a gente inventa.
A nossa paixão eu invento.
A minha paixão eu invento e só pertence só a mim.
quarta-feira, 17 de junho de 2015
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
sexta-feira, 11 de abril de 2014
E aí, gente?
E aí, que o cara não tinha a intenção de ser artista,
estava apenas se preparando para o juízo final, recriando o mundo para oferecer
a Deus?
E aí, que esse mesmo cara, uma não-artista que passou a
ser viveu, praticamente, a sua vida inteira em um hospício, simplesmente porque
na noite de natal ele encarnava Jesus Cristo? Algo, se não normal, no mínimo entendível,
já que tantos “loucos” se autoproclamam o serem e nem por isso são internados
em um hospício.
E aí, que era negro, pobre, sem documentos? BOBAGEM.
E aí, gente, que depois de sua morte, de não-artista
passou a sê-lo e percorrer o mundo inteiro por meio de suas obras que chegaram
até a bienal de Veneza?
E aí?
E aí?
terça-feira, 18 de março de 2014
POESIA E FILOSOFIA NA REPÚBLICA DE PLATÃO: SEPARAÇÃO E ENCONTROS POSSÍVEIS
Reflexão feita para disciplina de Teoria Literária - Mestrado PUC
O tratamento que Platão atribui à poesia em seu livro X da República é algo que nos faz refletir acerca da negação da poesia como algo constituinte de uma cidade ideal. Ele afirma que o banimento da poesia é crucial para que se estabeleça uma república ideal, nessa perspectiva, julga-a como corruptora das virtudes dos homens, pois os transforma e os torna sensíveis demais, portanto deve ser banida da cidade.
O tratamento que Platão atribui à poesia em seu livro X da República é algo que nos faz refletir acerca da negação da poesia como algo constituinte de uma cidade ideal. Ele afirma que o banimento da poesia é crucial para que se estabeleça uma república ideal, nessa perspectiva, julga-a como corruptora das virtudes dos homens, pois os transforma e os torna sensíveis demais, portanto deve ser banida da cidade.
Entretanto,
ao mesmo tempo, Platão reconhece o valor transformador e a força da poesia. Isso
pode parecer um contrassenso, já que queria vê-la banida. No entanto, como se
pode observar em vários trechos da República, o que Platão critica como poesia,
é o fato de ela encantar e tirar as pessoas do seu estado de razão, justamente
por criar fantasmas e não mostrar verdades, as quais a filosofia sempre
perseguiu. E até a desafia a mostrar-se como algo que traga austeridade ao
homem.
Por
outro lado, Platão utiliza desse artifício, pois reproduz um diálogo que seria
de outrem (o diálogo entre Glaucon e Sócrates). Isso por si só, poderia ser
encarado como um dos encontros possíveis entre poesia e filosofia. Entretanto,
nesse ponto, essa reprodução não tem a função de distrair ou desvirtuar as
pessoas, fazendo-as sair de seu estado normal. Nesse diálogo, ele reproduz
didaticamente como seria a cidade ideal, portanto trata de uma temática que irá
fazer com que as pessoas sejam virtuosas, não trazendo nenhum prejuízo à razão.
Esse seria o modelo de poesia de que poderia ser aceita a poesia, na cidade
ideal.
Outro
acontecimento que também nos faz pensar essa questão é o fato de Platão
utilizar o mito de Er para encerrar o capítulo X. Se ele diz sumariamente que a
poesia deveria ser banida da república, por que será que ele utiliza uma forma
“poética” para demonstrar as qualidades de um homem virtuoso? Não estaria
Platão, com o mito de Er, exemplificando uma maneira de utilizar a poesia
(literatura) de uma maneira pedagógica? O mito por si só, e como gênero, tem a
função de, por meio de uma narrativa simples, não mimética e direta, passar
lições de virtude. Sendo assim, essa seria uma maneira adequada da utilização
da poesia, em favor de criar homens virtuosos e assim, construir uma cidade
melhor, do ponto de vista platônico.
No princípio da negação da poesia pela filosofia pode-se
encontrar o cerne da questão. Uma separação e um encontro possível. Em todo momento,
essa negação, supõe um posicionamento que na verdade não nega, mas toma pra si.
Se há a necessidade de se explicar e de não deixar cristalizar a ideia de que a
filosofia simplesmente quer banir a poesia da República, à revelia, nisso há um
encontro possível entre as duas. Há uma preocupação com a poesia, ou melhor,
com o que a poesia pode causar ao homem virtuoso, no sentido do encantamento
que ela pode causar e além desse encantamento, também a ruína, de uma maneira
sorrateira. E é assim que Platão, a meu ver, não nega completamente a poesia,
pois sente a necessidade de se retrata-se, explicando o porquê quer vê-la
banida.
Essa preocupação pode ser identificada na parte VIII de A
República, quando é dito que: “Digamos ainda a ela, para que não nos acuse de
rigidez e rudeza, que há uma antiga briga entre filosofia e poética: uma cadela
que, ganindo, late contra seu dono.” (PLATÃO, 2006, p. 399). A partir daí, no
diálogo, são citados vários trechos, espécies de provérbios populares, os quais
o autor dos fragmentos não pode ser identificado, e que contém aspectos do
seguinte provérbio popular: “A voz do povo é a voz de Deus”. Como se esse
banimento pudesse ser explicado do ponto de vista das várias vozes que se
encontram nesse discurso. Um desses trechos me chama mais atenção, que é o
mencionado a seguir: “A cadela que, ganindo, late contra seu dono”, esse trecho
sintetiza um pouco a relação antitética entre a filosofia e a poesia. A poesia é
representada no discurso como a “cadela”, por mais que ame e seja amada pelo
seu dono (no caso a filosofia como representação da verdade), não se mantém em
um lugar de completa devoção, há um lugar de conflito entre esses dois seres
que, hipoteticamente, coexistiriam de maneira harmoniosa. Porém, a cadela, por
conta de sua própria natureza animal, seja por um instinto equivocado ou por um
instinto de defesa faz com que, considerada um animal irracional, agrida o seu senhor,
causando mal a ele, pelo fato de, ele mesmo, estar distraído e imaginar que o
seu animal de estimação nunca o atacaria.
A alegoria da cadela como exemplo, também pode remontar
semanticamente ao masculino desse termo, que reporta-se a um homem sem
escrúpulos e perverso que prejudica os mais próximos quando menos se espera.
Nesse embate, a filosofia seria comparada ao dono que foi
atacado por seu animal de estimação. Ao querer banir a poesia, é abreviado esse
caminho, assim não se permite que a poesia desvirtue os homens de bem quando
eles menos esperam.
A
filosofia busca a verdade, mas a verdade em si, não é filosófica, pois ela tem
a liberdade de representar várias situações às quais são imanentes à arte por
si só. Os indivíduos, virtuosos ou não, intrinsecamente vivenciam de várias
formas as verdades que o cercam. Por mais que a arte possa potencializar os
sentimentos e as confusões interiores, essas impressões que o homem tem do
mundo externo não vão deixar de serem compreendidas como tais. Portanto a arte
pode, ao mesmo tempo, potencializar essas impressões, que não deixam de ser
vivenciadas pelo indivíduo e ainda fazê-lo digerir o procedimento de verdade, o
qual é imanente à arte.
Não
podemos afirmar que a arte seja verdade, mas pode ser a representação da
verdade, de acordo com o conceito de verossimilhança. Tem o caráter de entender
a verdade, por mais que isso seja muito efêmero, pois a verdade está longe de
ser entendida como tal. Sobre isso, é salutar refletir sobre o trecho de
Badiou, em Pequeno Manual de Inestética:
(...)
a paz entre arte e filosofia repousa por inteiro na delimitação entre verdade e
verossimilhança. E é por isso que a máxima clássica por excelência é: “o
verdadeiro pode às vezes não ser verossímil”, a qual enuncia a delimitação,
reservando, ao lado da arte, os direitos da filosofia. Filosofia que, como se
vê, outorga-se a possibilidade de não ser verossímil. Definição clássica de
filosofia: a inverossímil verdade (BADIOU, 2002, p. 15).
A citação acima versa sobre o esquema clássico lançado por
Badiou, para explicitar o entrelaçamento entre poesia e a filosofia. Aqui
podemos inferir que a poesia não tem a intenção de ser verdade, pois a essência
dela é mimética. Mas nesse ponto ela também não tem a mínima pretensão de ser
verdade, pois é função da arte provocar a catarse no espectador e isso nada tem
a ver com a verdade. Dito isso, é possível sugerir que a arte poderia ser
absolvida por Platão, no sentido de que ela não se torna uma ameaça à
República, e sim uma forma de remédio para uma espécie de anormalidade na alma
humana, auxiliando-a ter uma percepção mais clara das “verdades” que cerca
qualquer indivíduo, em qualquer época.
Referências
bibliográficas
BADIOU, Alain. Pequeno
manual de inestética. Tradução Marina Appenzeller. São Paulo: Estação
Liberdade, 2002.
PLATÃO. A República.
Tradução Anna Lia Amaral de Almeida Prado. São Paulo: Martins Fontes,
2006.
quarta-feira, 27 de março de 2013
Dia 3 - Manhã
Nossa e tanto tempo passou, a preguiça imperou e eu não tive coragem de escrever mais nesse lugar.
O dia 3, na verdade, foi o primeiro dia mesmo da viagem. O dia que começamos a desbravar o Deserto do Atacama.
Já devo ter dito, mas as coisas no Atacama são todas muito caras, sorte que os passeios têm, em sua maioria, a duração de meio período, portanto podemos sempre comer a nossa própria comida no conforto de nosso hostal, porque se fosse para comer fora sempre, gastaríamos muito.
Nesse dia acordamos às seis da manhã, a van passaria às sete e não queríamos atrasar. Estávamos muito próximas da agência de turismo então às sete em ponto estava Juan, o guia mais querido de todos os tempos, gritando pelo nosso nome.
Passamos nos outros hostals e hotéis e a maioria de nossos colegas eram brasileiros, claro, paranaenses, sul-matogrossenses e não me lembro mais quem...haha...
Embrenhamo-nos nas estradas adentro, e claro, no Atacama tudo parece igual, mas não é, cada parte é uma novidade.
Na estrada, muitos túmulos, enfeitados, cheios de flores, coloridos. A cada um que passávamos, Juan buzinava.
A primeira parada foi a Reserva Nacional dos Flamingos. Uma lagoa, em meio a um grande deserto de sal em cristais. Parecia que estávamos em outro planeta, pois aquilo é um nada muito nada. Há o espaço para os turistas passarem e em volta, um espaço imenso de sal, levemente amarronzado.
Confesso que nem me encantei muito pelos flamingos e sim pelo nada salgado que a nossa frente se mostrava, sempre com os vulcões como fundo.
Diversas vezes nessa viagem, chorei feito criança por estar inserida nesse nada. NADA.
A segunda parada seria nas lagunas altiplânicas.
Mas antes disso, passamos em um povoado, chamado Socaire. Minúsculo. Só alguns nativos, cachorros que parecem ursos e uma igrejinha.
Nesse lugar me senti subversiva duas vezes, uma por tirar uma foto dos nativos - e completamente sem querer - e outra por tirar uma foto dentro de uma igrejinha, linda, linda...
Os nativos do Atacama não gostam de serem fotografados, inclusive uma das nossas colegas de passeio foi fazer isso e foi duramente repreendida por Juan. Pelas minhas pesquisas eu já sabia disso, mas a coitada da curitibana não...hehe...
Eles já ficam todos de costas, gente! |
As lagunas altiplânicas são compreendidas pelas lagunas Miscanti e Miñiques, ambas aos pés dos vulcões de mesmo nome.
Foi aqui que fizemos o vídeo de uma das brisas da viagem, que não sabemos se por causa da altitude, foram muitas!
As Lagunas Altiplânicas são mágicas, dali não se quer sair. Pena que para fazer esses passeios com agências de viagem seja tudo tão rápido.
Ficamos um pouco na Miscanti, depois fomos à Miñiques, esta que para mim, é a mais bela.
Lugar de pura contemplação, duro é ter tempo para isso, Juan nos corria sempre, porque para as agências tudo é muito cronometrado.
Corridas, fomos em um lugar em que tínhamos uma visão mais completa e o que achamos lá foi um belo mirante, pena não podermos ficar mais tempo.
Feliz e serena, assim eu estava e assim gostaria de sempre estar. Aqui já estávamos nas Altiplânicas.
Tênis desse tipo são fundamentais para esse tipo de viagem. Não nos desgrudamos dos nossos e ainda o meu serviu de tala quando torci meu pé em Santiago, no meio da viagem.
Na volta, passamos por Toconao, onde, segundo Juan, existe a construção mais antiga no Chile.
Por hoje é só, estou com sono. Essa foi só a parte da manhã. À tarde, teve o Vale da Morte e o Vale da Lua.
É muito recompensador lembrar dessa viagem. É claro que parte da emoção se perdeu nos próprios ares do Chile, mas relembrar é sempre muito bom.
domingo, 27 de janeiro de 2013
Espera
Diante de tantas coisas que vejo e ouço, faço-me as seguintes perguntas: Só tem valor nessa vida quem tem um alguém? Quem está apaixonadx? Quem tem namoradx?
Para mostrar ou fazer com que as pessoas que a sua vida é boa, você tem que ter alguém para chamar de seu?
Eu acredito que sim, é possível ser feliz sozinho. Não vou cair na hipocrisia de dizer que eu não quero um namorado, que não quero me casar e coisa e tal. Mas que tal fazer outras cosias e não se preocupar tanto com isso enquanto o prometido não chega?
Há três anos meu último relacionamento teve fim e desde então não tive nenhum outro, só umas borboleteadas. Nunca parei para me perguntar o porquê disso, por que as relações não se consolidam, simplesmente vou vivendo os meus dias e fazendo as minhas coisas, como por exemplo viajar.
O prazer da viagem é bem parecido com o do namoro, mas em vez de namorar uma pessoa, a gente namora lugares.
Assim, como esse blog é a minha gavetinha, desabafo aqui, pois ninguém tem a obrigação de ler. Vem se quiser. Acho importante fazer essas pequenas observações e relê-las depois.
Existem sabores e dessabores de não se ter alguém para dormir de conchinha, mas não posso me lamentar, cada qual com o seu cada um.
Também não julgo quem tem a necessidade de sempre estar apaixonadx, as pessoas têm a liberdade para ser e fazer o que os façam mais felizes.
Espero o mesmo, quem não pensem que minha vida parou só porque não tenho alguém.
Faz um tempo adotei um hábito de uma amiga, que por sinal é muito libertador: a leveza de se dizer assim, FODA-SE.
Um beijo no ombro.
Dentro em breve, voltaremos com a nossa programação normal.
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
Dia 2
O dia 2 foi o dia de chegar a Calama e de lá partir para San Pedro de Atacama.
Quando acordei no ônibus me assustei com a paisagem. Um azul tão azul que nunca havia visto igual, cheguei a ficar sem ar. Impressionada e feliz pois isso era só o começo.
As coisas no Chile, são muito caras, um simples almoço, que não dá para alimentar uma pessoa mais faminta não sai por menos de R$15,00, mas pra esse preço tem que se pesquisar muito.
Disse isso pois assim que chegamos, fomos a um mercado comprar comida. Ficamos o tempo todo em Hostals, onde podíamos cozinhar e assim economizar. Em San Pedro, como tudo é muito mais caro, por conta de ser uma cidade turística, fizemos as compras em Calama mesmo.
No mercado, compramos uma cerveja, uma das mais famosas de lá, a Cristal, com i e muito mais gostosa do que a daqui. Eu tava desejando abri-la, mas alguma coisa me dizia que não poderia, a Bia pegou da minha mão e abriu e eu: e se não puder? e se formos presas por beber no mercado? e se? e se?
A Bia só disse: relaxa, nenê...
Pois bem, o guardinha do mercado me olhou e fazendo um sinal de que estava bebendo alguma coisa, lançou uma negativa, mais tarde descobrimos que não se pode beber na rua e em locais públicos no Chile, só nos bares e sentado nas cadeiras. Mas dessa nos livramos. Não fomos presas e nem tivemos que pagar a tal multa de 40.000 pesos chilenos.
Voltamos para a rodoviária de táxi, estávamos com muitas malas e o horário contado.
No Chile temos muitos ursos pela cidade, os peros. Eles são tão grandes, lindos e bem cuidados que dá vontade de levar para casa.
Depois dos carinhos no cachorrito, embarcamos para nosso destino final, San Pedro de Atacama.
Nessa uma hora e meia mais ou menos só quis dormir para tentar conter um pouco a ansiedade.
Chegamos lá ainda era dia, pois só escurece completamente as 22h00. Um sol de rachar, como já havíamos pesquisado.
Ao fundo, aquilo que se tornou o amor da minha vida inteira, vulcão Licancabur.
Demos uma volta na cidade, que praticamente só tem uma rua e fomos para casa preparar nosso jantar e dormir para o primeiro de dia de Deserto do Atacama.
Dia 1
Sei que é bem chato esse lance de dia 1, dia 2 e tudo o mais, mas é que eu pretendo escrever uma série dos meus dias de viagem ao Chile e saboreá-los a todos e a cada um.
Nunca fiz isso, e confesso que fiquei morrendo de preguiça com a ideia, mas será um bom exercício de lembrança.
Dos preparativos nem se fala, essa viagem vinha sendo germinada a cinco corações. Primeiro uma pulou fora, depois eu senti que o projeto era muito audacioso e poderia não dar certo. Depois não se falou mais nisso, cogitou-se outras viagens e assim, o desejo ficou guardado até meados de novembro, quando eu disse: vamos? E recebi um: VAMOS!! Refeito os outros convites as respostas foram negativas, por diversos motivos, que me cabe julgar.
Pois bem, minha mãe não gosta que eu faça viagens, ela acha um desperdício de tempo e dinheiro, então contar pra ela que eu ficaria 12 dias fora não era tão convidativo, resolvido essa situação, chegou o grande dia!
Embarquei no dia 03 de Janeiro, em um companhia área que sentia duvidosa. Enganei-me para minha alegria, comissários super atenciosos e um que tinha a cara de um personagem de filme cult argentino. Lindo, charmoso, atencioso, olhar penetrante. Claro que eu vi isso tudo sozinha e ele nem sequer notou minha existência.
Depois de algumas poucas horas, chego à parte mais esperada do voo: a Cordilheira dos Andes. Certifiquei-me que viajaria do lado melhor para admirá-las e, claro, na janelinha.
Chorei, é óbvio! Linda, imponente, essa é a Cordilheira dos Andes.
Chegando a Santiago, corri para o Hostel para encontrar minha companheira de viagem, a Bianca, e partirmos para San Pedro de Atacama.
Embarcamos no Tur-bus que nos levaria a Calama, e depois teríamos de partir de lá para San Pedro.
Saindo de Santiago, tudo o que se via era aridez. Incrível como uma paisagem pode mudar dessa maneira em um mesmo país - digo isso, pois fomos à região dos lagos depois.
Árido, porém não menos lindo.
Várias montanhas que, por ignorância geográfica, não sei se pertencem à Cordilheira. Senti ali que seria muito difícil pregar o olho nessas 24 horas de viagem.
Ao longo da viagem, íamos deixando todo o ônibus louco, pois estávamos muito empolgadas e as pessoas do ônibus provavelmente só estavam fazendo um simples itinerário (não percebemos muitos turistas nesse ônibus).
Ao longo do caminho vimos muitas praias lindíssimas, quase desertas, pois parecia que o acesso era difícil, muitas pedras e quase nada de areia.
Embasbacadas, vimos um lindo por do sol, com todas as cores possíveis e imagináveis para tal.
Sim, depois disso dormimos. Porque ninguém é de ferro e nos próximos dias tínhamos muito a desbravar.
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Gavetinha de guardar vergonhas
Muitos medos são impostos à minha mente, mas o medo maior é
de expor esses medos.
Todos dizem que desabafar é a melhor saída quando se tem um
problema, no meu caso medos.
Vivo entre o que é certo e o que é errado, sinto-me julgada
a todo momento.
O que eu faço é, em vez de engolir sapos, é engolir medos.
Engolir medos pela vergonha de expô-los.
Tudo perpassa pela vergonha. Como mulheres e como pecadores,
somos sempre expostos à vergonha. É cultural. Mas como nos desvencilhar disso? Como?
Qual é a receita para não se ter vergonha.
Vergonha e liberdade são palavras que fazem parte da minha existência.
A primeira no campo da realidade, a segunda no campo das ideias.
Deveria ser o contrário, eu sei, mas não sou dona da minha própria
vida. Essa é uma vergonha que tenho. E não tenho vergonha de mostrá-la.
Bah!
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Beatriz
Daí a gente ouve a música e
chora.
Talvez porque o choro já tava engasgado, talvez por perceber que quando se começa a Perder os entes queridos, a gente vai perdendo um pouco da vida também.
O que resta é um pouco de medo. Medo da consciência da finitude.
Talvez porque o choro já tava engasgado, talvez por perceber que quando se começa a Perder os entes queridos, a gente vai perdendo um pouco da vida também.
O que resta é um pouco de medo. Medo da consciência da finitude.
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Habilitada
32 anos, uma vida inteira de não decisões.
Hoje, uma foi tomada, bem simples, bem juvenil, mas que pra mim, a adultice e os empurrões frequentes tiveram que bater à porta para aí sim, se concretizar.
Dentro de alguns meses, São Paulo terá mais uma pessoa apta a enlouquecer no trânsito da cidade.
Hoje, uma foi tomada, bem simples, bem juvenil, mas que pra mim, a adultice e os empurrões frequentes tiveram que bater à porta para aí sim, se concretizar.
Dentro de alguns meses, São Paulo terá mais uma pessoa apta a enlouquecer no trânsito da cidade.
![]() |
Que a sorte esteja comigo. |
sábado, 29 de setembro de 2012
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Sexta-feira
"Ooooooi, tia"
- Olá!
"Vai Corinthians, Vai Corinthians!"
" O tia, tia, você sabia que meu time ganhou a Libertadores?"
Sim, sabia, eu tava lá!
" Você é corinthiana?"
Sou sim...
O diálogo acima aconteceu na Marginal Tietê, eu no carro e eles em um ônibus do projeto "Time do Povo" - eles estavam mostrando a camisa do referido projeto, assim como fazemos no estádio com a camisa do Corinthians na hora do hino nacional.
![]() |
É o time do povo, é o Coringãããão! |
Esse decálogo - sim, porque várias crianças estavam nas janelas do ônibus, cada uma falando uma coisa - aconteceu graças a uma coisa que todos odiamos: o trânsito.
Trabalho demais aqui, e só assim pra conseguir me manter. Essa é uma cidade que nos come sem que percebamos. Tenho alívio nos colegas. Colegas de trabalho, que em sua maioria são amigos.
Hoje à noite foi cansativo, não dei aula pra ir a um seminário na Universidade de São Paulo. A gente procura participar desse tipo de coisa, mas em se tratando de educação, é muito difícil ouvir toda essa baboseira acadêmica, de quem fica atrás de uma mesa, sem nenhuma experiência na prática.
Difícil também ouvir alguém pregando o como o capitalismo é nocivo, fazer cara feia com a apresentação cultural de alunos que vieram lá de São Bernardo e nem se dignar a assistir à apresentação.
A vantagem desse seminário será as discussões entre a gente. É muito reconfortante saber que tem gente trabalhando comigo que pensa como eu, e mais, aprender uma porrada de coisa de quem realmente tem experiência em educação, sendo tão jovem e tão apaixonado por essa profissão.
Amanhã temos mais. Esse texto tá bem sem pé nem cabeça. Estou cansada e sem saber fazer a ligação de uma coisa com outra. Queria escrever mais, porque o dia sendo simples e de muito trabalho, foi um tanto lindo também. Mas não consigo. Esse mesmo trabalho que me faz feliz, também me esgota.
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
A hora de partir já foi
O peso que não se sustenta. O mal estar que mastiga. As orações coordenadas. A vida na janela. A vida na poltrona do cinema. A espera que não chega. A situação que não muda. As orações subordinadas. O novembro dourado. A saudade. A dor. A pequenez. A insignificância. O pó. A ilusão. O engano. A força de vontade. A vontade. A gota de esperança. A amizade que não há. Não há. O resquício que persiste. A eterna perda. O desmerecimento. A eterna exclusão. A dor psicológica. A dor física. Os sentimentos são outros, mas a cegueira é a mesma; dos quatro lados da vida.
quarta-feira, 11 de julho de 2012
A vida em fragmentos
Agonia
Falta de acontecimentos
Falta de jeito
Incompletude
Falta de controle
Raiva
Obscurantismo
Vontade de simplicidade
Liberdade
Entendimento
Compreensão
Liberdade de novo
Jeito
Amor
Simplicidade
Simples
Vazio
Falta de vontade
Sentimento
Vazio de novo
.
segunda-feira, 28 de maio de 2012
sexta-feira, 25 de maio de 2012
terça-feira, 22 de maio de 2012
Música
Sei
que é lugar comum falar isso, mas a música é algo que faz viajar. Eu me
disfarço de outras coisas, vivo outras vidas.
Fico
em suspenso, sinto amor, pulsação, desejo de viver.
Música
é vida. Todos os substantivos abstratos vêm da música.
Adoro,
principalmente as mais esquisitas.
sexta-feira, 4 de maio de 2012
Simples
É quando tá tudo rasgado por dentro e você tem vontade de
ser preenchido não se sabe pelo que.
É quando se sente a felicidade de não ter
o que pedir, só agradecer.
terça-feira, 17 de abril de 2012
Saudade, essa velha safada
a saudade é uma coisa que sempre vai morar em mim.
por mais que em minha vida mudanças bruscas aconteceram, eu não gosto delas.
não gosto de mudanças, separações, novidades. sim, sou um rosário de lamentações e de apego.
apego poderia ser o meu apelido.
mas as mudanças vêm, os caminhos se bifurcam e precisamos sempre fazer as malditas escolhas, adquirindo coisas e perdendo outras.
o que resta disso tudo? é o amor. imaculado. por mais que tantas vezes ele possa ser provado.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Saída
o jeito mais fácil de não sermos incomodados
é nos travestirmos em coisas, paixões e afins.
deixar a identidade pra lá,
pois muitas vezes, a nossa identidade é toda outra, mesmo...
é nos travestirmos em coisas, paixões e afins.
deixar a identidade pra lá,
pois muitas vezes, a nossa identidade é toda outra, mesmo...
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Ainda sem nome
Dez dias depois da queda, tudo está bem com ela. Voltou a trabalhar, mas assim meio pelo meio.
Sente muitas dores, não físicas, mas que se tornam, como sempre. Os motivos são outros, mas são os mesmos.
Uma espécie de lima passou por seus relacionamentos ultimamente. Amorosos ou não. Tenta, tenta e bate de frente. Sem resposta. Mas tenta. Resolveu se abrir, mas corre o risco de parecer uma idiota, como tantos que também julga.
A vida por ali está um tanto bagunçada. Mas é só porque não está inteira. Falta uns pedaços que ela não se conforma viver sem. Mas não depende só dela. E quando dois não querem, não há um que dê jeito.
Inclusive, em muitas partes, dois, três, quatro, quinze querem, e até mais. Como no velho clichê: a união faz a força.
Não reclama. Está feliz. Mas ainda falta, sempre falta.
domingo, 15 de janeiro de 2012
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
A falta que nos move
É aqui que a vida inteira (não) se faz. Longe do controle das mãos e do desejo. Falta de desejo.
Falta o desejo. Falta o objeto de desejo. E sempre assim.
Sempre será?
Esse desejo incontido de todo que não se faz. Essa dúvida inconstante e essa falta de interesse naquilo que se faz a sua frente. Assim, reduzido à quatro paredes bem divididas e vazias de sentido.
Vazias de sentido. Música, bebida, corpo. Só, mudo, sem vontades. Vontades que se fazem e que se esfacelam.
Como montá-la? Cadê o respiro? E a alegria? Alegria parece não rimar com sentido. Rima com vazio.
O ano é novo, mas as angústias e os depósitos são todos antigos. Falta, dúvida, decepção. Um saco imenso de falta de vontade. Um saco imenso, que é só um saco no mau sentido.
As dores não têm mais a ver com pessoas, mas com a impossibilidade. A impossibilidade idiota que é a vida. A vida é uma impossibilidade idiota e vazia de sentido.
Tem alguns pequenos cortes de alegria e de gozo. Apenas alguns cortes.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Viver é montar história
E com essa frase tão simples, mas nunca pensada, ela tenta destruir, montar, remontar e juntar todos os pedaços espatifados e tirados da sua pesada vida, para vivê-la mais plena.
O peso da existência a cobra, mas tentará se unir ao tempo, esse amigo que nem sempre é tão amigo assim, e montar sua vida, do jeito desejado, sem interferências, sem se deixar contaminar pela carga pesada que ela pensa ser o que pulsa dentro dela.
Assim começa o ano, com mais uma promessa de leveza. Será dessa vez?
leveza: palavra para 2012
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
há uma grande diferença entre convite e cobrança. ou não?
é terrível notar que você construiu uma vida inteira, de quase 10 anos, tentando impressionar o outro, e constatar que isso não restou em nada.
já não dá pra não se afobar.
o basta deve vir, mas ainda não. por hora há uma resistência, mas todos os caminhos levam para o mesmo lugar.
por quê? nem eu entendo.
já não dá pra não se afobar.
o basta deve vir, mas ainda não. por hora há uma resistência, mas todos os caminhos levam para o mesmo lugar.
por quê? nem eu entendo.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
É tão triste quando a gente se cobra
E é tão feliz quando a gente se encontra, se abraça, joga conversa fora.
É tão feliz quando a gente bebe cerveja em um boteco e fica horas e horas conversando sobre a vida dos outros, sobre a nossa e sobre as coisas que fazem parte da nossa vida.
É tão feliz ser lembrado, ser querido, ter a presença desejada, se sentir importante por compartilhar os momentos, mais idiotas que sejam.
É tão feliz ter pra quem ligar na hora das pauladas na cabeça, e se sentir mais calmo sabe-se lá porque diabos.
É tão feliz não se preocupar com o que os outros vão pensar, viver os momentos, sem medo se vão pensar isso ou aquilo.
É triste perceber que, de fato, nada disso tem mais tanta importância e que tudo ficou no passado, enquanto não precisaria.
É triste tentar resgatar coisas e transformar relações, que, por idiotice, se perdem no caminho.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Resolução
Nesse dia tranquilo, foi pega de surpresa cantarolando uma música, que levou dois segundos pra saber qual era origem. Terminou de cantarolar e suspirou: saudade.
Resolveu pela milésima vez encarar as coisas de uma forma diferente, não se autossabotar tanto etc.
Não é que recebeu uma encarada e um sorrisinho no metrô?
Pra quem só pega tosse, é um bom começo.
Cantarola a música, mas deixa o passado lá...
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
amores terminam no escuro, sozinhos.
Ou se transformam tanto, que não conseguimos aguentar muitas vezes.
Desprendem-se tanto que o peso é inevitável. A busca, a busca.
Entender que os amores mudariam e tomariam outras formas indefinidas era o maior mistério.
Tudo assim no futuro do pretérito. Era nesse tempo verbal que vivia agora.
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Novembro de Inverno
Retoma-se a dor física de tempos atrás.
É algo que procuro, algo que sempre esteve à espreita. Poderia já ter-se ido. Mas não foi. É algo que busco, que sinto que ainda está lá, escondido em um profundo abismo.
A noite é de sexta, um dia de novembro nada primaveril. Um frio que passa por baixo da porta e faz tremer. Não deixa dormir sem duas cobertas, meias e pijamas compostos por calça e blusa de manga comprida.
Sim, novembro. Dia em que se comemora primaveras de pessoas queridas. Uma semana da pior perda em seis anos.
Novembro novamente frio depois de quatro dias a 42 graus externos.
Frio e que bom.
Junto com a dor buscada, também vem a física. Sente-se um repuxo por dentro da caixa toráxica, meio à esquerda. Lembra-se dos ataques fulminantes mas pensa que esses acontecem mais com frequência com o gênero oposto.
Sintomas da síndrome do pânico.
Não, não tenho essa porra. Não, não se tem essa porra.
A xícara em que deveria estar servindo o chá, está servindo a cerveja.
Não tenho pique para a vida lá fora. Bebo aqui, protegida.
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Músicas, sempre
A música sempre fez uma diferença enorme em tudo na minha vida.
Posso estar na pior bodega, mas se tiver uma música que me afague o coração, já me sinto bem.
A melodia das músicas sempre me fez muito bem. Entretanto, ultimamente, tenho me atentado para as letras também.
As músicas em português eu sempre prestei atenção nas letras, mas as que não eram, eu só ouvia felizinha, sem me preocupar com o que diziam.
Mas é engraçado que as coisas quando são boas, são boas por completo.
A surpresa se hoje é a Ain't got no...I got life da Nina Simone.
Sinto-me dessa forma. Sinto-me cheia de vida e no lugar em que deveria estar.
Sim, não vou negar que gostaria que algumas coisas fossem acrescentadas, pessoas, tempo. No entanto, eu estou muito, muito feliz. Gente linda tem se aproximado de mim. Sinto-me adultecendo.
Devaneios a parte. Já que ninguém aparece por aqui.
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Ensinar e aprender
O
ensino de Língua Portuguesa na Educação de Jovens e Adultos é algo muito
importante, pois é por meio da fala e escrita que as pessoas podem adquirir
autonomia para viver em sociedade. Muitos desses alunos chegam com a autoestima
em baixa, e nós como educadores, conseguimos perceber o quanto essa autonomia
vinda da possibilidade de se aprender faz bem a esses alunos, a cada etapa ultrapassada.
Diferentemente do ensino regular; em
que preparamos as crianças para o futuro, ou seja, vestibular, escolha de uma
carreira, mercado de trabalho etc.; na Educação de Jovens e Adultos, o papel do
professor consiste em ter a sensibilidade para atender aos alunos, em suas
especificidades e em ações do cotidiano. Trazer situações reais para sala de
aula, para que os alunos se sintam motivados a adquirir conhecimento e a
acreditar que estudar depois de tanto e, muitas vezes, com uma idade avançada,
vale a pena.
Para tanto, o trabalho com os
diversos gêneros textuais traz uma fôlego novo ao ensino na EJA e faz com que a
realidade do aluno seja alcançada. Chamar a atenção dos alunos para os diversos
textos com os quais eles têm contato no dia a dia faz com que percebam o quanto
é essencial saber qual são as particularidades de cada um desses textos: mostra-lhes
o que faz de uma bula de remédio, realmente uma bula, aproximá-los da leitura
desses diversos textos, trabalhar com as situações corriqueiras, como ler as
orientações de determinado produto de beleza, escrever uma carta para um amigo,
preencher um recibo etc.
Em suma, o prazer de compartilhar
conhecimento com esse público é algo inexplicável. Estar diante de pessoas que
trazem uma carga de conhecimento e experiência de vida é fundamental para o
trabalho docente. É um aprender diário. Sobretudo na Educação de Jovens e Adultos,
não há um detentor de conhecimento, há uma troca de conhecimento e experiência
que faz do dia a dia em sala de aula, um aprendizado constante.
terça-feira, 18 de outubro de 2011
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Estar viva
Minha revolução tarda a vir.
Mas vem, se vem. Vem vindo lá de longe a passos curtos e vagarosos. Com medo, com medo de tudo.
Medo como a dona dela tem.
Revolução tem dona? A minha sim. A minha sou eu. Para que minha revolução venha, preciso sê-la.
Medo que trava todas as palavras. Medo que faz afastar das pessoas.
A vontade se sobrepõe e parece que tudo vai mudar no momento seguinte.
Mas o momento seguinte é o do sono. E momento seguinte do sono são mais tantas horas de aprisionamento.

domingo, 19 de junho de 2011
E, curiosamente...
Eu me amo.
Sim, me sinto oprimida até nos meios "não opressores".
O que me salva é o amor que sinto por mim.
Eu me basto para não enlouquecer, mas isso, de não trocar, de não falar, pesa.
Isso de ser sozinha e se bastar, pesa.
Eu me sinto pesando 15 toneladas.
E quando o amor se vai e sinto o peso de 100 toneladas, grito.
Grito pra dentro.
Quando peso 5, grito e faço um escândalo, ninguém pega na minha mão.
É verdade que ninguém tem tempo ou paciência pra pegar na mão?
Amei essa versão. Acho que pelo andar da carruagem nunca vou cantar essa diferença.
domingo, 5 de junho de 2011
Felicidade
é tudo assim. beleza é tudo o que não se pega. felicidade um substantivo abstrato, tão abstrato que se desfaz numa forma que nunca se fez. e assim a gente vai chamando de felicidade um almoço, uma música, uma risada, um abraço de verdade, um olhar que se faz sorriso...
já sabemos disso, a felicidade não é um estado constante.
em busca dela sacrificamos várias coisas pelo caminho que poderiam nos fazer momentaneamente felizes.
sábado, 4 de junho de 2011
Não sei até quando
É tudo assim, tão vazio. Relações fugidias que terminam no tchau e até mais.
Sinto falta da constância, da vontade de todo dia, dos caminhos mais próximos.
Mas com todo dilaceramento que isso possa causar, prefiro isso àquilo.
Só não sei até onde aguento.
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Autoimagem
Liberdade. É isso o que busca.
Talvez sua autoimagem seja a de uma prisioneira perpétua com uma bola atada à perna.
A liberdade que não consegue achar em si, busca no outro.
Acha que convivendo com a liberdade, mesmo que a do outro, se sentirá livre também.
Não, nada se acha no outro, sobretudo liberdade.
Não busca o outro. Não busca o padrão. Não o outro presente, sentido, ordens, telefonemas diários, satisfações.
Isso já teve, não quer nem tem tempo para isso.
Busca o compartilhamento de ideias e de corpo.
Sabe a ideia do prazer dos corpos? Corpo e toda história que ele traz consigo.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Porque alguma coisa mudou
Até quando, não se sabe.
Esse é um ser que não se vive na maioria das vezes e no dia em que decide, consegue se viver, esses dias são os mais doces.
Não sei se é uma coisa só minha. Mas não tenho a minha dimensão todos os dias. Penso, penso, penso muito. Em coisas, pessoas...mas a minha dimensão eu não tenho.
Hoje amanheceu diferente. Saí de casa ainda não tinha sol, mas já sentia a energia dele. É engraçado que a gente recebe bem a tristeza sem motivo, pois a justifica com o tal do vazio, mas e a felicidade sem motivo? Eu sempre fico meio boba, pensando porque é que ela tá lá, incrédula.
Talvez seja o doloroso processo do desapego. Mas como desapego, doloroso e felicidade podem conviver numa mesma pessoa, num mesmo período?
Sei que o cheiro do bem viver bate palma em frente à casa, e palma às vezes a gente não ouve, só quando é muito insistente.
Esse é um ser que não se vive na maioria das vezes e no dia em que decide, consegue se viver, esses dias são os mais doces.
Não sei se é uma coisa só minha. Mas não tenho a minha dimensão todos os dias. Penso, penso, penso muito. Em coisas, pessoas...mas a minha dimensão eu não tenho.
Hoje amanheceu diferente. Saí de casa ainda não tinha sol, mas já sentia a energia dele. É engraçado que a gente recebe bem a tristeza sem motivo, pois a justifica com o tal do vazio, mas e a felicidade sem motivo? Eu sempre fico meio boba, pensando porque é que ela tá lá, incrédula.
Talvez seja o doloroso processo do desapego. Mas como desapego, doloroso e felicidade podem conviver numa mesma pessoa, num mesmo período?
Sei que o cheiro do bem viver bate palma em frente à casa, e palma às vezes a gente não ouve, só quando é muito insistente.
domingo, 1 de maio de 2011
Estrangeiro II
Desde quando convivia com minha irmã, lá nos idos de nossa pré-adolescência e adolescência tenho esta característica.
Não sou eu quem me esforço para ser entendida, são as pessoas que precisam se esforçar para me entender.
Da mesma forma, eu entendo as coisas do mundo a minha volta de acordo com essa minha ótica meio distorcida, até autista. É fato que tenho dificuldade para fazer interpretações, minha falta de reflexão.
O fato é que as pessoas não alcançam a forma como me expresso, ou alcançam de forma distorcida.
Agora, já aos 30 anos, sei que já passei da fase - cronológica - de me resolver, mas as coisas precisam se encaixar em algum momento.
Era gostoso ter alguém que, sem você dizer nada ou dizer pouco, já te entendia...
Tenho saudade da época em que só com os olhares eu me fazia entender.
Estou a fazer a minha terapia.
Prometo me dedicar à escrita, ao vômito das sensações. É claro nem tudo será publicado, por mais que sejam poucos, essa gaveta virtual tem alguns leitores.
Alguém sempre acaba abrindo essa gaveta. Muitas vezes podem entender de modo errôneo, pois minhas palavras não são óbvias, são confusas, na mesma proporção que também é o meu ser.
Meu maior problema é me amar demais e não conseguir enxergar os meus defeitos. Pior ainda, é ver meus defeitos como qualidades de autenticidade.
Se la vie.
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